10.7.05

Aprecie com moderação

Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.

II Timóteo 1:7


Confesso-me um entusiasta dos movimentos avivalistas da igreja. Falo avivalistas pois trazem avivamento, mas não necessariamente o avivamento que vimos no passado, na história da igreja cristã. Jonathan Edwards, os irmãos morávios, entre outros, passaram por avivamentos, e isso os impulsionou, a entre outras coisas, lutarem contra a injustiça social do seu tempo. Foi numa dessas que a escravidão no Império Britânico caiu, por exemplo.

Quando falo avivalistas, é num contexto bem mais limitado, o contexto de uma igreja local. Ora, todos sabem que toda igreja que segue uma linha tradicional tem o seu grupo mais "aquecido", "do fogo", pentecostal. Isso é bom, pois o grande conflito entre tradicionais e pentecostais é justamente o conjunto dos dons do Espírito Santo, e o uso deles, principalmente os que aparecem mais (já notaram que ninguém discute por causa do dom de serviço, dom da hospitalidade, etc).

Cabe aí um comentário: Ambos trabalham errados nesse conceito. Os tradicionais praticamente esnobam as manifestações do Espírito Santo, através de dons (em particular profecia, dom de línguas, cura, expulsão de demônios e outros). Os pentecostais, por sua vez, valorizam enormemente a experiência pentecostal, colocando inclusive como peça fundamental para a confirmação da salvação: Tem que ser batizado no Espírito Santo, e falar em línguas. Em resumo: Ai meu Deus, ninguém entendeu nada de I Coríntios 14... O ideal é atingir o equilíbrio: Aceitar os dons e suas manifestações, mas não transformá-las num espetáculo de circo, como aquela igreja que entrevista o capeta no microfone (um dia eu conto a piada).

Mas o assunto não é falar dos dons do Espírito (falo nisso outro dia), mas sim dos movimentos da igreja, e eu simpatizo com a caminhada para o meio-termo que as igrejas tem traçado. Algumas tradicionais tem estado abertas ao mover do Espírito Santo, e tem permitido mais liberdade aos seus membros. Também tem sido mais influenciada pelo uso da música com instrumentos mais... Populares, como guitarras, violões, baixos e baterias, deixando um pouco o órgão congregacional de lado.

Por sua vez, os pentecostais tem buscado mais o estudo da Palavra. Há algum tempo, uma Bíblia de Estudo Pentecostal era uma contradição de termos, e temos seminários teológicos pentecostais. Abrir a boca para pregar não tem sido mais tanto um exercício de "adivinhação", como alguns faziam (com a desculpa de que "estamos entristecendo o Espírito Santo"), mas com preparação e aprendizado, tem sido muito mais proveitoso.

É claro, há exageros. Por isso o versículo acima. É muito fácil tender aos exageros, descaracterizar a igreja, torná-la uma "coisa", que não tem identidade definida. Submeta-se à liderança da denominação, ora. Se reclamarem, pare para ouvir! Se bem que haverão uns que leriam essa frase minha, e diriam: "Ah, mas quando Jesus veio, não criou igrejas tradicionais e pentecostais" Com certeza. Mas se você está submetido à alguma autoridade, sendo ela eclesiástica, é importante que ela seja respeitada. Se sua igreja é tradicional, então que tenha características tradicionais. Mas que dê espaço ao novo, ao avivamento, ao louvor "com palmas, saltério e harpa, adufe", entre outras coisas. E que as pentecostais continuem nessa caminhada em busca de aprender de Deus, e não jogar no Espírito Santo a "culpa" da pregação ter sido fraca. Afinal, é fácil jogar a culpa em quem não se vê, e não se manifesta, a não ser "por gemidos inexprimíveis" na frente do Pai.

As neopentecostais são um outro problema sério, que eu falo depois, num dia desses. Mas que o Senhor tenha misericórdia do seu povo, pois as coisas estão difíceis.



Certa vez, na igreja de um amigo meu, daquelas BEM tradicionais, houve um movimento da juventude para terem uma bateria. Metade da membresia anunciou que pediria carta de transferência para outra igreja se uma bateria entrasse no templo. Essa é a mesma igreja cujos momentos de louvor com corinhos no retroprojetor são precedidos de um cerimonial (a montagem do retro), e vez por outra uma ironia do dirigente, referindo-se aos corinhos como "coros congregacionais modernos". Perguntei a ele como é que ele aguentava, se ele nunca pegou um resfriado com a frieza das pessoas (hehehe). Ele riu e disse que era assim mesmo, que "a luta continua".

Além desses absurdos, vale a pena ressaltar a frieza de muitos tradicionais com o louvor e o uso de palmas. Já passei por isso, ao bater palmas num culto jovem, e me sentir o esquisito, por ter sido o ÚNICO.

Lamentável, né? Só espero que isso já tenha mudado nessas igrejas.

P. S.: Definição de culto jovem: Culto feito pelos jovens, à imagem e semelhança do "culto dos adultos". Na sua maioria não serve para muita coisa, na prática.

1 Comments:

At 13:24, Anonymous Anônimo said...

Olá jeremias, ate respeito oteu direito de poder criticar quem ou que voce quizer, mas por se voce se diz cristao reveja realmente se voce é, pois sabemos que Deus é justo e só ele tem odireito de jugar o que é certo e oque é errado, satnas que é o acusador das naçoes se tua intençoes for simplesmente alerta quanto ao erro de algumas denominaçoes é louvavel sua idia , ma se só pra criticar entao pare, obrigado
ps tambem sou cristao

 

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