É Natal
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Lucas 2:10-11
Há tempos ouço a mesma lenga-lenga, vinda de gente pseudo-esclarecida, que gosta de falar coisas que já sabemos. E o que já sabemos?
- É sabido que Jesus, chamado o Cristo, não nasceu no Anno Domini, ou no ano 0. O decreto de Augusto César, que levou os hebreus de volta às suas cidades de origem é datado entre os anos 8 e 4 AC. Quirino não era mais o governador da Síria, por ocasião do Anno Domini. Logo, Jesus nasceu antes do ano 0, e o responsável pelo erro de cálculo é Eusébio de Cesaréia, bispo e historiador do tempo do imperador Constantino. Dionísio, o Exíguo, foi o primeiro a usar o nascimento de Cristo como referencial para datação.
- Muitos lembram que a data (25 de dezembro) era na verdade a data que marca o início do solstício de inverno, onde culturas pagãs comemoravam uma festa do sol. Com isso, a igreja de então (católica romana) aproveitou-se da data para fazer uma "extensão" do culto, já que a data verdadeira era imprecisa (alguns dizem que foi em março), e com isso facilita a transição de um culto pagão para um culto dito cristão. A Igreja Ortodoxa, por exemplo, comemora o nascimento de Cristo no dia em que chamamos dia da Folia de Reis, em 6 de janeiro.
- Tem gente que descobre a pólvora, lembrando que essa concepção, de Jesus sendo louro de olhos claros, na Palestina, é uma tolice tremenda. Esse Jesus, aí do lado, é furada. Jesus, sendo palestino, era moreno, de cabelos curtos, e talvez nem tivesse barba, só um bigode.
- A estrela de Belém era provavelmente uma supernova, que explodiu bilhões de anos antes, e a luz intensa chegou naquele dia, naquele momento. Ou seja, uma coincidência.
- Os reis magos não eram necessariamente 3, não chegaram lá imediatamente após o nascimento, e não ficaram por lá apenas uma noite. Eram provavelmente uma caravana grande, e que voltaram por outro caminho, com medo de bandidos, e eram sacerdotes do zoroastrianismo, religião originária da região da Pérsia (pós-Xerxes).
Tem isso tudo, que eu ouço vez por outra... E me pergunto: E DAÍ? O que isso muda a minha fé? No que isso afeta a minha crença num Deus vivo, que tornou-se homem, viveu aqui, morreu mas ressuscitou? Pelo menos, à minha, não afeta NADA. Data é apenas uma convenção. Não idolatramos a data, mas lembramo-nos do fato na data errada. O fato, que é o nascimento de Cristo, continua tendo absoluta relevância para nós. Mesmo na data errada. Continua sendo uma mitologia, como Beowulf, o Anel dos Nibelungos, a mitologia nórdica, Rei Arthur, a mitologia greco-romana, entre tantas outras. Com uma diferença: Ela é um conjunto de fatos reais, e baseados nesse conjunto de fatos, foi construída a mitologia. Como disse J. R. R. Tolkien, "Deus é o maior dos criadores de mitos, o maior dos contadores de histórias".
Se incorporaram de outra cultura com fins de acerto e aproveitamento da situação, tanto faz. Se Jesus era azul com antenas e cabelo branco, tanto faz. Se eram 3 ou 300 reis magos, não importa. Se era uma supernova e uma grande coincidência, deixa pra lá. Isso não muda o fato.
O que é importante é: Hoje, 25 de dezembro, comemoramos com alegria e singeleza de coração o nascimento de Deus feito homem, aquele ao qual as naturezas humana e divina se misturam, sendo inteira e completamente Deus e inteira e completamente homem, e que através dEle, temos acesso à Deus. Não importa se a data, o local ou os detalhes estão trocados ou errados. O que importa é que comemoramos a encarnação do Verbo como homem, e com isso, temos esperança de salvação. Aleluia, festejemos, demos presentes, montemos árvores de Natal, deixemos as crianças sonharem com Papai Noel colocando presentes nos pés de meia. E aproveitemos a época para lembrar de que temos esperança. Esperança em Cristo.
Um ótimo Natal a todos!
Marcadores: fé cristã, Jesus Cristo, nascimento, natal, obviedades
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